Reconciliação começa com Chapo e Mondlane
Novo Presidente de Moçambique e ex-candidato devem partilhar responsabilidade de "abrir um novo capítulo na história do país que seja declaradamente aberto ao diálogo" com vista à reconciliação nacional, diz socióloga.Depois da tomada de posse de Daniel Chapo, muito se especula sobre como o novo Presidente poderá contribuir para a pacificação da sociedade moçambicana, profundamente dividida com o conflito pós-eleitoral e o não reconhecimento dos resultados oficiais das eleições por parte de uma grande franja da sociedade.
Uma das possibilidades seria o início de um diálogo com o ex-candidato presidencial e autoproclamado Presidente Venâncio Mondlane. Mondlane exigiu a implementação de 25 medidas nos primeiros 100 dias do novo Governo, chefiado por Chapo.
À CNN Portugal, o Presidente da República disse que "o plano de 100 dias do seu próprio Governo não tem nada a ver com recomendações" de Mondlane. Admitiu, no entanto, que algumas medidas apresentadas pelo ex-candidato presidencial são "interessantes".
Em entrevista à DW África, a socióloga luso-moçambicana Sheila Kahn, investigadora e professora universitária na Universidade Lusófona do Porto, considera que Chapo e Mondlane devem "partilhar" a responsabilidade de reconciliar Moçambique e abrir "um novo capítulo na história" do país, "declaradamente aberto ao diálogo".